FAO lança relatório sobre transformação dos sistemas alimentares e destaca LUPPA como exemplo de aprendizado sistêmico

FAO lança relatório sobre transformação dos sistemas alimentares e destaca LUPPA como exemplo de aprendizado sistêmico

por | 23 jul 2025

Publicação explica e exemplifica o conceito e a importância da adoção da abordagem integrada nos sistemas alimentares

Nesta terça-feira, 22, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) lançou a publicação “Transforming Food and Agriculture through a Systems Approach” (em português, Transformando a Alimentação e a Agricultura por meio de uma Abordagem Sistêmica), um relatório que explica e exemplifica o conceito e a importância da adoção da abordagem sistêmica nos sistemas alimentares. O documento cita e reconhece o LUPPA – Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares –  como uma das experiências de referência em políticas alimentares urbanas com abordagem integrada.

Com base em experiências práticas de diversos países e territórios, o relatório reforça a importância das abordagens integradas e intersetoriais para enfrentar os desafios complexos que atravessam os sistemas alimentares, como a insegurança alimentar, a degradação ambiental, e a desigualdade social. 

O documento, que serve como subsídio para formuladores de políticas e profissionais comprometidos com a temática, traz, ainda, os seis elementos centrais que, segundo a publicação, formam a estrutura concreta para uma ação integrada: 

  1. Aplicar o pensamento sistêmico;
  2. Construir conhecimento sistêmico;
  3. Viabilizar uma governança sistêmica;
  4. Integrar ações por meio da prática sistêmica;
  5. Garantir investimentos sistêmicos;
  6. Promover o aprendizado sistêmico.

O relatório destaca o LUPPA como uma referência no 6º elemento ao reconhecer que o programa adota o coaprendizado como metodologia central para impulsionar o desenvolvimento de políticas alimentares integradas nas cidades participantes. Realizado pelo Instituto Comida do Amanhã em parceria com o ICLEI América do Sul, o programa atua junto a uma rede de diversas cidades brasileiras apoiando o desenho e o fortalecimento de políticas públicas articuladas entre alimentação, saúde, meio ambiente, cultura e justiça social.

Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã e coordenadora do LUPPA, ressalta que o reconhecimento do programa no novo relatório valoriza as iniciativas de transformação nas políticas alimentares da América Latina. “Cada vez mais, tanto a divisão de sistemas alimentares da FAO quanto o próprio relatório SOFI têm valorizado políticas que adotam abordagens sistêmicas, e o LUPPA entrega exatamente isso. Nosso trabalho é acelerar e alavancar a transformação dos sistemas alimentares a partir da escala local, conectando atores, territórios e políticas públicas que operam de forma integrada e de longo prazo.”

Como parte do lançamento da publicação, a FAO promove ainda dois eventos online, nos dias 12 e 15 de setembro, às 6h e às 10h, respectivamente, para apresentar e discutir os principais pontos do relatório. Os encontros serão gratuitos e abertos ao público mediante o preenchimento dos formulários:

Inscrição para o dia 12 de setembro

Inscrição para o dia 15 de setembro

Relatório SOFI

O lançamento do documento também antecipa um movimento mais amplo dentro da própria FAO: no dia 28 de julho será divulgada a nova edição do The State of Food Security and Nutrition in the World 2025 (SOFI), publicação anual que reúne os dados globais mais atualizados sobre segurança alimentar e nutricional. 

Nos últimos anos, o SOFI tem reforçado recomendações que valorizam políticas públicas com abordagem sistêmica, capazes de integrar múltiplos setores e gerar impactos mais duradouros. Nesse sentido, iniciativas como o LUPPA se alinham diretamente às diretrizes e demonstram, na prática, como políticas urbanas podem contribuir para transformar os sistemas alimentares de forma estruturante, articulada e contínua. Em 2023, o SOFI indicou o Brasil, através do LUPPA, como exemplo a ser seguido enquanto modelo de “food labs” (laboratórios alimentares) para alcançar o ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável.